Essa notícia é de propriedade intelectual do Observatório Terceiro Setor
O Observatório do Terceiro Setor entrevistou a fundadora e diretora executiva do Instituto Phi, Luiza Serpa, para falar sobre o Mapa do Impacto Social e a importância de coletar e disponibilizar informações sobre ONGs
Por Ana Clara Godoi
Dados são importantes para entender um cenário e buscar soluções para desafios coletivos. No Brasil, as bases de dados sobre organizações da sociedade civil encontram-se desatualizadas e oferecerem poucas informações sobre o setor.
Para falar sobre o assunto, o Observatório do Terceiro Setor entrevistou a fundadora e diretora executiva do Instituto Phi, Luiza Serpa. Um dos pontos abordados pela entrevista é o Mapa do Impacto Social (MAIS), uma coalização de várias organizações, entre elas o Instituto Phi e a Impact Beyond, que usa a tecnologia para mapear iniciativas sociais em todo o Brasil.
Atualmente, existem plataformas que reúnem informações sobre as organizações da sociedade civil em atividade no país, como o mapa do IPEA (MOSC-IPEA) e a pesquisa FASFIL (As Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil) do IBGE 2016. Também é possível encontrar informações na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e no site da Receita Federal. No entanto, de acordo com Luiza, os dados não são suficientes para oferecer um panorama sobre a realidade do setor.
“O MOSC está com dados de 2018 e o FASFIL, dados de 2016. Além disso, o MOSC inclui igrejas, clubes, escolas, sindicatos, condomínios, não só organizações sociais e não é fácil filtrar as informações, por exemplo, separar os diferentes tipos de organizações sem fins lucrativos. Outras bases, como a RAIS, têm dados de organizações com equipe contratada pela CLT e muitas das organizações sociais no Brasil são pequenas, atuam com voluntários”.
Para Luiza, uma base de dados qualificada deve reunir o máximo de informações possíveis e ter dados atualizados e armazenados seguindo um mesmo padrão. Oferecer possibilidade de cruzar e filtrar dados, e compartilhar informações relevantes também são pontos importantes.
“Uma base como essa sobre o setor social é importante para o país. Com dados podemos saber quantas e quais são as organizações atuando em cada área, em cada local do Brasil, entender a representatividade econômica. Podemos fazer trocas de metodologias, como levar um modelo de projeto para uma região com desafios ambientais, mas que tenha poucas organizações atuando nessa temática. Seria possível orientar políticas públicas com parcerias locais. Empresas poderiam fazer buscas mais assertivas para atuação em suas áreas de interesse e, para pesquisadores, seria um campo riquíssimo para entendermos nossas práticas, soluções e desafios”.
A fundadora do Phi também aponta a ausência de pesquisas acadêmicas sobre a filantropia e o comportamento dos brasileiros em relação a cultura de doação, devido à falta de dados disponíveis.
Diante deste cenário, o Instituto Phi, junto com outras organizações do terceiro setor, criou o Mapa do Impacto Social (MAIS), um painel que reúne dados sobre iniciativas sociais de todo país. As informações são obtidas por meio de dados públicos ou cadastro voluntário.
Milhares de ONGs já foram cadastradas no MAIS através da importação de informações das bases públicas. No entanto, esse cadastro possui apenas as informações básicas, como razão social, CNPJ e localização. Já a coleta feita diretamente na plataforma do MAIS inclui localização, contatos, imagem e logo, causa social e ODS.
“Todas as ONGs com CNPJ já estão na plataforma do MAIS. Foram trazidas de forma automática pelas bases públicas disponíveis e podem atualizar e completar suas informações. As organizações que ainda não aparecem no painel podem incluir seus dados e passarão a fazer parte da base”.
Um dos objetivos do MAIS é democratizar o acesso à informação sobre o setor. Iniciativas que buscam dados e acesso aos investimentos, como editais e plataformas colaborativas, são concentradas no Sudeste, o que atrapalha o desenvolvimento de outras regiões.
“Democratizar o acesso também é importante para que o governo conheça essas organizações e possa pensar em ações conjuntas, e para que pesquisadores se interessem em aprofundar a análise dos dados, ajudando a produzir novos conhecimentos sobre a atuação das organizações sociais no Brasil”.
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