Parcerias com organizações públicas ou privadas ampliam oportunidades de contribuir com a propagação da educação ambiental
A ONU (Organização das Nações Unidas) avaliou que é complexo monitorar o número de OSCs (Organizações da Sociedade Civil) existentes no mundo. Contudo, algumas, como a Save the Children, localizada na Inglaterra, está em atividade há mais de um século.
No Brasil, existem 820 mil entidades regularizadas, desenvolvendo projetos que colaboram com o desenvolvimento local das regiões onde atuam, e ações ligadas prioritariamente à saúde e à educação.
É importante acrescentar que o principal objetivo das organizações do terceiro setor é defender causas sociais, identificadas em diferentes comunidades, como por exemplo: falta de alimentação, educação, saúde, moradias insalubres, falta de saneamento, entre outras.
Considerando as situações citadas, as entidades podem contribuir como facilitadoras ou intermediadoras, no cumprimento dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos na Agenda 2030 da ONU. O conjunto de propostas contou com a adesão de 193 países, entre eles, o Brasil, se comprometendo a melhorar as condições de vida da população, preservar os recursos naturais e promover a inclusão social.
Para colaborar com as OSCs interessadas em impulsionar as ações de sustentabilidade nas atividades desenvolvidas, elaboramos um artigo, pontuando como é possível colocar em prática ações simples, mas importantes para a sociedade.
Antes de entrarmos no tema proposto, é preciso esclarecer que o termo sustentabilidade foi criado há mais de 50 anos, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo (Unche).
A definição tem objetivo de explicar que, para ser considerada sustentável, uma empresa, organização ou indústria precisa apresentar processos produtivos que tenham como prioridade três fatores: econômico, social e ambiental. Vale acrescentar que a explicação é necessária, pois, o termo foi popularizado para se referir ao meio ambiente, quando na verdade se refere a avaliação de outros aspectos impactados pelo setor industrial e empresarial.
Depois desse esclarecimento, voltamos ao terceiro setor para reforçar a importância de milhões de grupos distribuídos em diferentes regiões do planeta, procurando ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social, econômica e psicológica. Essas entidades funcionam com apoio de doações da iniciativa pública ou privada, e já salvaram milhões de vidas.
Nos Estados Unidos e nos continentes: Europa, Ásia e África, o termo usado para se referir a entidades do terceiro setor é ONG (Organização Não Governamental). Como já explicamos, a definição oficial é OSC (Organização da Sociedade Civil), por isso, utilizaremos essa sigla como referência textual.
Com esse entendimento, as organizações do terceiro setor pode ser caracterizadas como um conjunto de entidades que não estão associadas aos setores públicos ou privados. Em outras palavras, são instituições com foco em ações voluntárias e comunitárias, empresas sociais e cooperativas.
Em razão de atuarem na defesa de causas sociais e atendimento de pessoas em situações de vulnerabilidade econômica, social e psicológica, podem contar com algumas vantagens tributárias, além de receberem doações da iniciativa pública e privada.
As OSCs atuam em várias frentes, entre elas: educação ambiental, saneamento, combate à fome e pobreza, incentivo à educação, qualificação profissional, atendimento médico, odontológico, psicológico, entre outros. Portanto, se fizermos um comparativo do trabalho das entidades com as propostas dos 17 ODS, observamos o papel fundamental do terceiro setor no esclarecimento sobre a sustentabilidade.
Além de intermediar ações do poder público ou da iniciativa privada nas comunidades onde atuam, as entidades podem operar diretamente, em parcerias com empresas, indústrias e poder público. Ainda que esses setores tenham recursos e conhecimentos sobre programas de desenvolvimento local, as OSCs têm o mais importante: a confiança e respeito da comunidade.
Nesse sentido, uma das alternativas é escolher um ou mais representantes das entidades, para receberem qualificação e, posteriormente, atuarem como facilitadores na comunidade. O trabalho pode ser feito individualmente ou em dupla com um porta-voz do parceiro.
Portanto, uma ótima sugestão para fábricas e indústrias que precisam realizar o trabalho de tratamento dos resíduos sólidos, é procurar a OSCs mais próxima da região e propor uma parceria. Em conjunto, representantes do empreendimento e da entidade, podem desenvolver um programa de ação ambiental, por exemplo.
A seguir, vamos destacar outras possibilidades de projetos factuais e relevantes para a sociedade, que podem ser desenvolvidos em conjunto com empresas, indústrias e órgãos do governo, confira:
– Campanhas de ação climática: (moradias insalubres como barracos) muito próximas a córregos e sem saneamento básico) são as mais impactadas em casos de enchentes;
– Ações sustentáveis na produção têxtil: o tema que precisa de mais atenção é o esclarecimento da economia no uso de água e dos riscos de contaminação nas proximidades da fábrica. Por isso, é fundamental alertar a comunidade moradora na região e sugerir a criação de comitê representativo para acompanhar reuniões públicas.
– Indústria automotiva: o principal risco dessa atividade produtiva é a liberação de gases, óleos ou fumaça tóxica no entorno da estrutura. Outra situação que pode ser prevenida e que deve ficar no radar das OSCs são os casos de exploração ou violência sexual contra crianças, adolescentes e mulheres (semelhantes aos ocorridos na Zona Franca de Manaus).
– Indústria de transformação: um exemplo que já conta com atuação de OSCs em parceria com o poder público são fábricas produtoras de óleo de palma. Em razão da densidade e potencial de poluição do produto, são realizados workshops para esclarecer questões como: desmatamento, manejo sustentável e direitos dos povos originários à terra.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a extensão territorial do Brasil é de 8.510.417,771 km². Dividido em cinco regiões, o maior país da América do Sul enfrenta vários desafios para implantar projetos sustentáveis e mudar hábitos que degradam o meio ambiente.
Por esse motivo, a dificuldade de acesso às localidades remotas estão no topo da lista, tanto para empresas e poder público, quanto para as OSCs. Para se ter uma ideia, em 2022, empresas distribuidoras de energia elétrica tiveram muita dificuldade para instalar postes de transmissão e levar eletricidade para 7 milhões de pessoas, isoladas em comunidades da região Norte.
Outro desafio para o terceiro setor e seus parceiros é ampliar o alcance e adesão de cidadãos em programas de inovação sustentável. Esse conceito é empregado para definir iniciativas inéditas de sustentabilidade. A concepção dos projetos tem como prioridade, atender a sociedade, preservar os recursos naturais e ainda, utilizando técnicas com menor investimento estrutural.
Nesse sentido, é importante destacar outros desafios que impedem a aceleração da inovação sustentável no território nacional, acompanhe:
– Falta de recursos financeiros: as tecnologias empregadas para converter a energia elétrica convencional para energia limpa, podem exigir investimentos significativos em uma fábrica ou indústria de pequeno ou médio porte. Nesse sentido, é importante, contar com apoio governamental, no sentido de ofertar linhas de crédito com taxas de juros mais acessíveis.
– Resistência cultural: comunidades de povos originários, como indígenas e afrodescendentes, comunidades de grupos anglo-saxônicos (Itália e Alemanha), comunidades religiosas e ainda, comunidades rurais isoladas são muito resistentes ao contato com pessoas estranhas e hábitos culturais diferentes dos nossos.
Portanto, uma campanha com foco na redução de gravidez na adolescência, DST/HIV e outras doenças transmitidas por contato sexual, não terão o êxito esperado, tendo em vista que os grupos citados não permitem que as mulheres da comunidade participem de encontros, principalmente se os palestrantes forem homens.
– Aperfeiçoamento profissional: além do país ainda não ter alcançado os índices aceitáveis de analfabetismo, uma pesquisa recente da consultoria McKinsey & Company apontou que nove em cada 10 gerentes já foram impactados com a escassez de especialistas em algumas profissões.
Do mesmo modo, 87% das organizações entrevistadas informaram que não possuem especialistas para atendimento das demandas futuras. Portanto, foi identificado que a maioria dos profissionais não dão continuidade aos estudos ou cursos de reciclagem (Long Life Learning – Aprendizagem Continuada). Essa condição dificulta o desenvolvimento da carreira na mesma empresa, ou ainda, em casos de transição para outras áreas.
– Baixa inovação ecológica: a Fundação Dom Cabral realiza anualmente uma avaliação de vários aspectos sustentáveis empregados pelas organizações diretamente ligadas à economia nacional. No início do ano, a avaliação do Brasil foi de 1,6 (considerando 0 a 5), em número de registro de patentes verdes.
Vale esclarecer que patente verde ou ecológica, é o termo concedido a um inventor ou titular de uma invenção responsável pela criação de um produto ou serviço que tenha objetivo de contribuir para a proteção do meio ambiente, recursos naturais ou impacto das atividades econômicas no ecossistema.
Agora que você já conta com mais informações sobre as possibilidades de participar de projetos com foco na sustentabilidade, pesquise e confira o que os potenciais parceiros estão desenvolvendo. Vale acrescentar que a entidade da qual você participa, pode encontrar oportunidades muito positivas de auxiliar as comunidades que recebem atendimento direto.
Se você acompanhou o conteúdo até aqui, aproveite para conhecer o nosso trabalho. O Instituto Genésio A. Mendes é uma OSC que tem objetivo de ajudar outras entidades a aperfeiçoarem as atividades de gestão e captação de recursos.
Acesse nosso site e conheça os cursos e outros serviços disponibilizados. Nossa missão é transformar vidas e nossa visão e valores são: Mãos unidas criam conexões que possibilitam realizações.
Rua Padre Geraldo Spettmann
n. 63, Sala 04, Bairro Humaitá,
CEP 88704-350, Tubarão/SC.
Email: social@institutogenesio.org.br
Telefone: (48) 3199-0242
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